Abortos

Abortos habituais: Como funciona este diagnóstico

Mulheres que sofrem com abortos habituais podem ter certa dificuldade em identificar a razão para o problema. Na verdade, a própria classificação do que é “habitual” ou recorrente varia muito de médico para médico. Para alguns profissionais, essa situação ocorre quando há dois abortos consecutivos; para outros, o número deve ser maior, acima de três.

Qual a frequência dos casos de abortos habituais?

A incidência de abortos recorrentes é de 1% das mulheres, aproximadamente, levando em conta que a definição não é clara, como mencionado. No caso dos abortos de gravidez natural (ou seja, não assistida), 48% das mulheres que os tiveram acabam tendo outro aborto posterior.

Esse número cai para 7% em mulheres que já tiveram uma gravidez completa e saudável. Abortos sucessivos no geral podem acontecer em qualquer idade gestacional, não ficando restritos a um mesmo período da gravidez.

A frequência desses abortos pode estar aumentando devido a uma série de fatores, como o estresse da vida atual, ou o adiamento da primeira gestação. A boa notícia é que, até dois terços das pessoas que sofreram até 3 abortos consecutivos, ainda possuem boas chances de engravidar novamente com sucesso. Nesses casos, é comum que os fetos sejam de baixo peso, mas saudáveis.

Qual a causa dos abortos habituais?

Como é bem difícil identificar quais são realmente os fatores que influenciam os abortos, os profissionais de reprodução humana listam diversas possíveis causas, que costumam aumentar a predisposição a qualquer tipo de aborto. São elas:

– Desordens genéticas
Quando a causa é genética, ela provavelmente inclui inversões, translocações ou heteroploidias.

– Anomalias uterinas
Certas condições no útero podem colaborar com os abortos, útero septado, útero duplo, útero bicorno, hipoplasia uterina e mais.

– Disfunções endócrinas
As condições possíveis aqui incluem a Síndrome dos Ovários Polimicrocísticos, hiperprolactinemias, disfunções tireoidianas e outras.

– Infecções
Infecções como clamídia, sífilis, rubéola, herpes, toxoplasmose e outras também aumentam as chances de abortos sucessivos.

– Uso de drogas e hábitos pouco saudáveis
Drogas como alucinógenos, neurolépticos, opiáceos, anticonvulsivantes e toxinas são perigosas para a saúde gestacional. Outros hábitos a serem mencionados são o consumo de cigarros, álcool e falta de exercícios físicos.

Há ainda o risco causado por anemias, desnutrição, deficiência vitamínica e causas imunológicas, que ainda estão sendo estudadas. De qualquer maneira, todos os abortos habituais devem ser investigados, tanto para resolver causas como as listadas acima, quanto para que as próximas gestações possam ocorrer com tranquilidade e segurança para a mãe e para o bebê.

Quer saber mais? Estou à disposição para solucionar qualquer dúvida que você possa ter, e ficarei muito feliz em responder aos seus comentários sobre este assunto. Leia outros artigos e conheça mais do meu trabalho como ginecologista em Patrocínio e Patos de Minas.

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